sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Objectivos do projecto Mobilidade Sustentável «plenamente alcançados»

Ao fim de quase dois anos de trabalho, a quase totalidade dos planos contratualizados no âmbito do projecto Mobilidade Sustentável, que abrange 40 municípios, foram concluídos.
De acordo com Fernando Nunes da Silva, que tem estado ligado ao projecto, «apenas quatro ainda se prolongam até ao final do ano, devido a atrasos no seu início». De resto, o despertar tardio de alguns responsáveis políticos para o interesse e importância do projecto, o que conduziu a atrasos na elaboração dos relatórios de proposta, é um dos aspectos negativos apontados pelo docente do Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa (IST-UTL), à iniciativa Mobilidade Sustentável, que visa a melhoria contínua das condições de deslocação, a diminuição dos impactes no ambiente, e o aumento da qualidade de vida dos cidadãos.
A existência, em alguns casos, de uma menor disponibilidade dos técnicos municipais para acompanharem de perto o desenvolvimento dos estudos, dada a sua absorção pelo trabalho quotidiano na autarquia, e a insuficiente consideração dos impactes ambientais associados à mobilidade, nomeadamente o ruído e a poluição atmosférica, devido à quase generalizada escassez de dados nestes domínios, são outros dos aspectos menos positivos apontados.

Manual de boas práticas da mobilidade quase concluído
No decurso do projecto foram realizados perto de 20 encontros e seminários em todo o País, elaborados 110 relatórios técnicos de diagnóstico, de objectivos e conceitos de intervenção e propostas.
Para além disso, encontra-se em fase de finalização um Manual de Boas Práticas para uma Mobilidade Sustentável, em cuja elaboração colaboraram os 15 centros e instituições de ensino superior e de investigação envolvidos no projecto, bem como o Grupo de Trabalho Ambiente e Transportes.
Como balanço final, «pode considerar-se que não só os objectivos do projecto foram plenamente alcançados, como se conseguiu mesmo ir além do inicialmente previsto em termos de cooperação entre centros universitários e entre estes e os municípios», realça Nunes da Silva.
Por outro lado, a experiência de cooperação institucional entre vários organismos e entidades do Estado permitiu «avaliar na prática as grandes vantagens que esse modo de trabalhar encerra, mas também detectar fragilidades que essa abordagem inovadora comporta e que importa superar», acrescenta.
Por fim, conclui o especialista, a disponibilização do trabalho técnico produzido através de um site do projecto, sediado na Agência Portuguesa do Ambiente, e a próxima edição do Manual de Boas Práticas «constituem o maior acervo de informação produzida neste domínio no País, permitindo uma clara compreensão dos problemas existentes em termos de mobilidade urbana ao nível local».
A conversão de transportes urbanos para gás natural ou biocombustíveis, a adequação dos horários dos transportes públicos às necessidades da população, a construção de ciclovias e zonas pedonais com estudos adequados ou a elaboração de um manual de boas práticas para a mobilidade são alguns dos objectivos do projecto Mobilidade Sustentável. Apresentado em Março, envolve 40 municípios, cujos planos de mobilidade terão de estar concluídos em 2008.

(Fonte: Portal Ambiente)

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