segunda-feira, 21 de abril de 2008

Responsável da Agência Internacional pede "revolução energética" para evitar desastre ambiental

O director-executivo da Agência Internacional da Energia (AIE), Nabuo Tanaka, pediu hoje, em Roma, uma "revolução energética" para evitar "resultados desastrosos" ao meio ambiente se a política actual não mudar.
Falando na abertura do 11º Fórum Internacional da Energia (IEF, em inglês), que decorre até terça-feira em Roma, Itália, Nabuo Tanaka anunciou que a Agência elaborou um relatório que delineia as acções necessárias para reduzir as emissões de dióxido de carbono (Co2) em 50 por cento até 2050.
O documento será apresentado na cúpula do Grupo dos países mais industrializados do mundo G8 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia) em Hokkaido, no Japão, em Julho próximo, mas o director-executivo da AIE sublinhou que alcançar o citado objectivo exigiria "enormes quantidades" de investimento.
"Só na captura e armazenamento de carvão, precisaríamos de construir pelo menos 20 unidades até 2020, com um custo de 1,5 mil milhões de dólares cada", avançou.
O responsável sublinhou que "se as políticas actuais não mudarem", a AIE calculou que o uso de combustíveis fósseis continuará sendo a fonte prioritária de energia nos próximos 30 anos.
Até 2030, a procura de energia crescerá mais de 100 por cento, avançou o responsável, especialmente devido à China e à Índia, que juntos serão responsáveis por cerca de 45 por cento do aumento do consumo energético.
Isso elevará em 57 por cento as emissões que provocam o aquecimento do planeta, e aumentará a insegurança energética, segundo as estimativas do documento da AIE.
"Estes resultados desastrosos seriam obtidos enquanto 1,6 mil milhões de pessoas continuariam sem acesso à electricidade", disse o principal responsável da agência internacional.
No entanto, afirmou que "estas sentenças não estão gravadas em pedra", e que "é possível mudá-las", se os Governos aplicarem políticas e medidas para reduzir significativamente a procura de combustíveis fósseis e emissões poluentes.
Nabuo Tanaka considerou também essencial aprofundar o diálogo entre os produtores e consumidores de energia para enfrentar os desafios do futuro.
A segurança e futuro energéticos e o desenvolvimento sustentável de energia são os principais temas em debate durante o maior encontro de ministros do sector energético a nível mundial.

(Fonte: Lusa)

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