segunda-feira, 21 de abril de 2008

Duplicação do potencial de cogeração em 2015 é «optimista»

A duplicação do potencial técnico da cogeração em Portugal para 2015, apontada pelo estudo que está a ser realizado e que deverá estar concluído no final do mês, é, para Freitas Oliveira, presidente da comissão executiva da Cogen Portugal, «uma previsão optimista, devido à conjuntura actual e ao desaparecimento de algumas indústrias produtoras de calor».
Até ao fim do primeiro semestre de 2009 estarão instalados mais 250 MW de novos projectos de cogeração, que acrescerão aos 1250 MW já instalados. Para além disso, lembra o presidente da Cogen Portugal - Associação Portuguesa para a Eficiência Energética e Promoção da Cogeração ao AmbienteOnline, o Plano Nacional para as Alterações Climáticas prevê um esforço de redução de emissões de dióxido de carbono para o qual a cogeração deverá contribuir. No entanto, diz, não se sabe se as previsões do estudo, uma obrigação que decorre da directiva comunitária, leva em consideração os valores do diploma que prevê que, até 2010, haja 2000 MW de capacidade instalada em sistemas de cogeração.
O presidente da Cogen Portugal chama a atenção de que existe ainda um grande potencial de cogeração por explorar no sector terciário, pois os edifícios abrem bastantes oportunidades. Porém, frisa, persistem algumas barreiras, como os preços dos combustíveis e a burocracia, que inviabilizam pequenos projectos, às quais acresce o facto de que as exigências feitas aos pequenos projectos serem semelhantes às dos grandes projectos. «Os processos precisam de ser simplificados. O problema não é o custo dos equipamentos, mas sim os custos de exploração», alerta.
Com a transposição da directiva comunitária, que acontecerá em breve, a interligação à rede será diferente. Esta «deixará de viver dos pedidos de informação prévia, pelo que esperamos que se torne mais transparente, de modo a que os investidores tenham mais segurança. Por outro lado, o compasso de espera passa a ser mais curto». Para além disso, explicou, a directiva e as propostas de alterações em curso vêm forçar as redes a se redimensionarem para receberem os pequenos produtores.
A indexação da remuneração da tarifa ao preço do petróleo, outra das boas notícias relativamente ao diploma, é, segundo o responsável, essencial, uma vez que «o maior risco da co-geração é o aumento do preço do combustível sem um aumento do preço da energia eléctrica».

(Fonte: Portal Ambiente)

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